sexta-feira, 18 de março de 2011

Pergunto-me.

Pergunto-me sobre o sentido da vida. Pergunto-me se será tão vago como eu o pinto, tão insonso quanto eu o rasgo no meu peito, tão amargo quanto mil e mais mil olhares que me rodeiam.
Pergunto-me se nasci para ser isto, se nasci para morrer, para sofrer, para ser feliz talvez.
Pergunto-me se a verdadeira felicidade existe ou se será apenas utopia da minha alma, existindo apenas momentos que me deixam feliz.
Pergunto-me se nasci para agradar alguém, se estou cá para amar ou ser amado.
Pergunto-me se tudo é como me dizem, como me contam, como eu constato.
Pergunto-me se estará alguém à minha espera, se devo esperar por alguém ou se apenas estou só nesta imensidão de negro tingida.
Pergunto-me se o preto é preto, se o branco é branco, ou se, ousadamente, o branco tenta ser preto.
Pergunto-me se posso gostar de alguém diferente, se alguém diferente pode gostar de mim, ou se fui feito para, única e exclusivamente, gostar de alguém como eu.
Pergunto-me se sou livre e independente ou se a liberdade é apenas mais um conceito falhado que paira nas mentes de cada um.
Pergunto-me se terei razão quando oro para o céu, quando falo com as estrelas, quando peço paz no Mundo, ou se apenas tenho razão quando me escondo debaixo dos lençóis e enxaguo minha face rosada de cloreto de sódio. Pergunto-me se o bem é bom, e se o mal é mau, pergunto se sou bom, ou apenas faço o mal, pergunto-me se o bem e o mal existem, chego até a perguntar se realmente existo ou serei apenas um sonho, uma ilusão.
Pergunto-me se será bom ter amigos, se será bom ser amigo, ou se só devo pensar em mim.
Pergunto se alguém pensa em mim, visto que penso em alguém a todo o momento.
Pergunto-me se alguém me admira pelo que sou, ou se alguém se desorgulha pelo que não sou.
Pergunto-me se algum dia serei.
Pergunto-me se algum dia vou ter coragem para não ser.
Pergunto-me se alguém, quando eu mais precisar, me vai estender a mão, limpar-me a lágrima, dar-me um abraço.
Pergunto-me se o amor existe, ou fui eu que o inventei.
Pergunto-me para onde vou, de onde vim, quanto tempo irei ficar.
Pergunto-me se vai doer, tanto ou mais quanto é o sofrimento neste mundo.
Pergunto-me se irei algum dia partir, se irei encontrar quem perdi, se irei perder mais alguém.
Pergunto-me se me devo castigar, se me devo calar e parar de perguntar, ou se apenas devo deixar de existir para não mais perguntar.

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